Os chineses a inventaram a pólvora, foi o único explosivo utilizado com eficiência desde o século IX até o início do século XIX, mas foi Alfred Nobel quem conseguiu controlar o processo de fabricação de explosivos.
Na China antiga a cerca de 2000 anos a pólvora foi fabricada acidentalmente por um alquimista, que juntou salitre, nitrato de potássio, enxofre, carvão e aqueceu a mistura, ela secou e restou um pó negro, que quando entrava em combustão havia desprendimento de calor e fumaça. Esta mistura recebeu o nome de huo Yao, traduzindo fogo químico, e agora possui o nome de pólvora. Em 1847 o químico italiano Ascanio Sobrero (1812-1888) descobriu a trinitroglicerina mais conhecida como nitroglicerina.
O uso industrial da nitroglicerina sempre esteve baseado em sua grande capacidade explosiva entretanto, o grande problema para seu uso industrial provém do fato dela ser muito sensível à percussão, o que dificulta a manipulação, a estocagem e o transporte. Qualquer pequena batida no recipiente que a contém, qualquer pequeno choque, a faz explodir. Alfred Nobel conseguiu controlar a explosividade da nitroglicerina.
Um dia Alfred Nobel acompanhava os trabalhos de remoção de garrafões de nitroglicerina, o que exigia cuidados especiais; Verificou que estava vazando líquido pela rachadura de um dos recipientes. Observou que a nitroglicerina misturada à terra formava uma massa espessa que podia ser manipulada sem o perigo da explosão. Assim nasceu a dinamite, que foi patenteada em 1867 na Inglaterra. A dinamite é uma mistura de nitroglicerina com material poroso inerte, serragem de madeira ou terra infusória (pó proveniente de algas unicelulares). Essa mistura estabiliza a nitroglicerina, permitindo que o seu manejo, seu transporte e sua conservação sejam feitos com segurança. Extremamente devotado aos seus trabalhos, inventou a espoleta para detonar a dinamite já que a nitroglicerina estava estabilizada; Em 1876 obteve a patente da dinamite gelatinosa; Em 1889 produziu a balistita, uma das primeiras variedades de pólvora sem fumaça. Ela é constituída de uma mistura de nitroglicerina, nitrocelulose e geléia de petróleo. O uso de geléia de petróleo na pólvora sem fumaça nos lembra que Alfred Nobel já trabalhava com a exploração nos campos petrolíferos de Baku (Azerbaijão). As atividades de fabricação de explosivos e a exploração de petróleo levaram Nobel a adquirir uma enorme fortuna.
A hipótese de um sentimento de culpa por parte de Alfred Nobel é a explicação mais comumente aceita para o fato de ter tomado a decisão de deixar sua enorme fortuna para uma fundação que tem por finalidade de premiar aqueles que lutam pelo desenvolvimento humano. Essa fundação administra a fortuna deixada por Nobel e distribui o total de seus rendimentos anuais como os conhecidos prêmios Nobel. No testamento, datado de 27 de novembro de 1895, Alfred Bernhard Nobel estipulava que os rendimentos anuais fossem divididos em cinco partes iguais e cada uma delas destinada aos que, no ano anterior, tivessem prestado relevantes serviços à humanidade, nos campos da Química, da Física, Da Fisiologia ou Medicina, da Literatura e da Paz.
Os premiados recebem uma medalha de ouro, um diploma e uma soma em dinheiro.
Os primeiros prêmios Nobel foram distribuídos em 1901. Nos anos seguintes, sem interrupção eles foram concedidos, no entretanto a concessão dos prêmios entre 1940 e 1942 não aconteceram, pois os alemães invadiram a Noruega em 1940 e se apoderaram da conta bancária do comitê de prêmios. Em 1969 foi instituído um prêmio Nobel de Economia. Alfred Nobel padecia de angina e sofreu ataques cardíacos, coincidência ou ironia, o medicamento usado no tratamento de seus problemas cardíacos foi nitroglicerina. Ele que “domesticou” a nitroglicerina, usava sua capacidade vasodilatadora para ter algum tempo a mais de vida. Alfred Bernhard Nobel faleceu em San Remo, na Itália, em 1896.